terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu respeito, sim!

Nos últimos dias, me deparei com um vergonhoso texto (quem quiser conferir é só clicar aqui) em um blog de um famoso colégio do Recife - o Fazer Crescer (já posso chamar de decrescer?). Bem, esse fato me deixou bastante preocupada, não só por ser uma instituição de grande influência para as gerações futuras, mas também por demonstrar como muitos jovens da minha geração estão pensando.
A forma como a homossexualidade é tratada e vista hoje em dia ainda é preconceituosa e, pior, da maneira mais hipócrita possível.

Em homenagem ao colégio Fazer Decrescer, deixo aqui meu texto.

Eu respeito, sim!

Oi, meu nome é Mele e sou heterossexual assumida. E, sinceramente, isso não é motivo de orgulho. É apenas minha orientação sexual. Orgulho mesmo eu tenho de perceber que posso lidar com pessoas e vê-las, independente de cor, raça, sexo e orientação sexual, do jeito que sempre tratei e vi qualquer um, como pessoas e como seres humanos que bem somos.

O combate à homofobia deve ser fortemente propagado e discutido. A luta contra esse preconceito abre portas para a queda de outros. O nó na garganta é perceber a forma de lidar com isso que tanta gente próxima pratica. Escuto parentes meus comentando que não são preconceituosos com gays e, na mesma frase, encaixam que esse tipo de orientação sexual é anormal. Como pode?

Que conceito de normalidade é esse? A homossexualidade é tão antiga (nossos livros de Historia que o digam!) que passo a achar que o nosso percurso histórico também seria anormal. Será? Claro que não.


Ainda existe a tal da hipocrisia (danada essa), do discurso alienado e preconceituoso que se nota nas nossas conversas em mesas de bares, em nossos meios virtuais (alô, Fazer Crescer!) e em nossos meios de comunicação. Ah! E, por favor, não me venham com "Deus criou o homem e a mulher para que eles possam procriar". Independente da minha crença religiosa e da minha crença ou não no divino, sempre entendi que Deus criou as PESSOAS para se amarem. Um casal heterossexual que opte por não ter filhos também seria considerado anormal? Uma sociedade composta pela diversidade é um fato e junto a ele precisamos ter o respeito.

Eu quero focar nessa última palavra do parágrafo anterior. A ala da sociedade que tanto prega a defesa de seus valores e da normalidade do amor entre homem e mulher é a mesma ala que não consegue respeitar fatos. O respeito e o entendimento precisam existir. Conviver em uma sociedade livre de desrespeitos, de preconceitos, da hipocrisia e da incompreensão abrirá portas para o combate à homofobia, ao racismo e a tantos outros preconceitos incontáveis aqui.

Eu sou heterossexual, sou Mele, e esqueçam minha orientação sexual. Eu sou um ser humano. Eu digo não a homofobia e tenho orgulho de conviver, respeitar e não julgar quem tem uma orientação diferente da minha.

Uma última resposta:

Colégio Fazer Crescer e você autor do Texto do blog, combater a homofobia não é, e nunca será, combater o ser heterossexual. Acho que aqui temos um problema de entendimento, vamos rever as aulas de português e interpretação que vocês estão proporcionando aos seus alunos, ein! O combate a homofobia é justamente o contrário, é propagar o RESPEITO e somente só.

6 comentários:

  1. Mais vergonhoso do que o próprio texto é ele ter recebido o endosso de sua escola (cujo blog, por sinal, com apenas uma exceção, não deixava passar comentários que criticavam o texto na "moderação").

    É gratificante ver, no entanto, que esse triste caso recebe respostas pela web. Muito bem, Méle!

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  2. Obrigada, Anônimo que esqueceu de se identificar hehe! =)

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  3. Que bela resposta, Melezinha! Beijos

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  4. Ahhh e vamo unificar estes blogs, né? Escolha um só para tudo que queres!

    Beijos

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  5. Gostei DEMAIS do seu texto, Méle! Parabéns!

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