quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
O descanso e o cansaço: crônica de uma machismo estruturado
Semana passada, estava em uma praia do Ceará quando chegou um jovem casal e seu filhinho de uns 3 anos. Percebia-se o abismo entre o homem e a mulher. Ele ia confiante, na frente, olhando o celular, ajeitando os cabelos, sentando-se logo para aproveitar a praia. Ela ia atrás, receosa, de olho no menino. Carregava sua bolsa, a mochilinha de bichinhos e levava um olhar atento para o filho. O menino achou uma rampa e inventou suas brincadeiras. A mãe, visivelmente cansada, sentou-se junto ao marido. Os olhos continuavam atentos. "Caio, Caio, vem pra cá, Caio!". "Cuidado, Caio!". Ela gritava e o marido preocupava-se com a cerveja mais gelada. Seu ar continuava despreocupado, às vezes, tirava os olhos do celular, olhava o mar, o cardápio e raramente o filho. A mãe, aperreada, levanta-se e ia atrás de Caio. A cena se repetiu algumas vezes. O pai seguia na cervejinha gelada. Teve uma vez que Caio se aproximou de mim, e a mãe, em mais uma tentativa de deixá-lo próximo, veio junto. Olhei para os dois e ela desabafou: "Tou cansada, fui olhar um minutinho o celular e ele [o marido] reclamou que eu não estava tomando conta do menino." Quis abraçá-la, seus olhos pediam socorro.
O descanso do homem depende do sacrifício da mulher. A cultura machista o blinda de qualquer preocupação, o protege, garante seu sorriso despreocupado, seu andar confiante. Nos ensinaram assim, naturalizaram o comportamento que faz a moça desabar. Naturalizaram o cansaço da mãe para preservar a folga do pai. A negação do direito da mulher para garantir o privilégio do homem é base da cultura machista.
O machismo não dá folga, no máximo, um aviso prévio.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
O tempo, o progresso e há esperança
Jorge Amado, 1958, em "Gabriela, Cravo e Canela.
domingo, 6 de maio de 2012
O Sol Nascerá
Um sorriso no rosto e a vida pela frente.
sexta-feira, 9 de março de 2012
Não digam que o racismo não existe mais


Adicionando algo importante a ser esclarecido, retirado de uma Publicação do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase - e do Observatório da Cidadania: "Quando as pessoas que defendem as cotas raciais falam de "raça" estão dando um sentindo político e social ao termo. Ou seja, referem-se às pessoas que se declaram ao IBGE como 'pretas' ou 'pardas'. Numa leitura política essas duas categorias de cores são entendidas como o segmento 'negro' da população, pois as pesquisas mostram que as trajetórias das pessoas 'pretas' e 'pardas' são muito mais próximas do que a das 'brancas'. A desigualdade e a discriminação racial precisam ser corrigidas com políticas públicas e não só com a ideia de que somos um 'paraíso racial'. "

sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Comunicação justa para todos os lados
domingo, 11 de setembro de 2011
11 de setembro de 1973
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Dia do Agricultor – Experiências de sustentabilidade no Semiárido
Aos meus queridos agricultores e às minhas queridas agricultoras, dedico esse texto que foi postado no Zine Pasárgada: Dia do Agricultor – Experiências de sustentabilidade no semiárido
E para ver, as fotos do flickr.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Sexta-feira com uma Conversa de Botequim, faça o favor
Conversa de Botequim é uma música do grande Noel Rosa em parceria a Vadico e data de 1935. De melodia boemia e letra simples, ela chega aos nosso ouvidos como se estivesse brincando. Em um ritmo todo rimado, a composição consegue até transformar em doçura as amarguras no botequim. Regravada (não sei quando) por Chico Buarque, Conversa de Botequim já tinha caído no gosto nacional compondo assim a nossa grande e diversa música popular brasileira.
Boa sexta-feira, com cerveja, proza e Chico (cantando Noel)!
Versão original de Noel Rosa.
Versão de Chico lindo
terça-feira, 31 de maio de 2011
Eu respeito, sim!
Nos últimos dias, me deparei com um vergonhoso texto (quem quiser conferir é só clicar aqui) em um blog de um famoso colégio do Recife - o Fazer Crescer (já posso chamar de decrescer?). Bem, esse fato me deixou bastante preocupada, não só por ser uma instituição de grande influência para as gerações futuras, mas também por demonstrar como muitos jovens da minha geração estão pensando.
A forma como a homossexualidade é tratada e vista hoje em dia ainda é preconceituosa e, pior, da maneira mais hipócrita possível.
Em homenagem ao colégio Fazer Decrescer, deixo aqui meu texto.
Oi, meu nome é Mele e sou heterossexual assumida. E, sinceramente, isso não é motivo de orgulho. É apenas minha orientação sexual. Orgulho mesmo eu tenho de perceber que posso lidar com pessoas e vê-las, independente de cor, raça, sexo e orientação sexual, do jeito que sempre tratei e vi qualquer um, como pessoas e como seres humanos que bem somos.
Que conceito de normalidade é esse? A homossexualidade é tão antiga (nossos livros de Historia que o digam!) que passo a achar que o nosso percurso histórico também seria anormal. Será? Claro que não.
Ainda existe a tal da hipocrisia (danada essa), do discurso alienado e preconceituoso que se nota nas nossas conversas em mesas de bares, em nossos meios virtuais (alô, Fazer Crescer!) e em nossos meios de comunicação. Ah! E, por favor, não me venham com "Deus criou o homem e a mulher para que eles possam procriar". Independente da minha crença religiosa e da minha crença ou não no divino, sempre entendi que Deus criou as PESSOAS para se amarem. Um casal heterossexual que opte por não ter filhos também seria considerado anormal? Uma sociedade composta pela diversidade é um fato e junto a ele precisamos ter o respeito.
Uma última resposta:
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Dança, arte e o que mais?
Deixo aqui alguns vídeos do Grupo Corpo. Essa veterana equipe de dança contemporânea possui o privilégio de apresentar em suas trilhas composições de nomes, como Milton Nascimento, Tom Zé, Caetano Veloso, Lenine, João Bosco e outros. Apesar de receber criticas vindas de especialistas do mundo todo, o grupo brasileiro não deixa de ter uma das mais bem conceituadas e originais concepções de coreografia. A dança, como foco principal, não obscurece as belas canções que acompanham os corpos em movimento, sintonia, agilidade... arte!
Em cada ritmo, em cada gesticulação, encontramos um pouquinho de nós, dos outros, de todos. A arte é isso aí, está na dança, na música, nas palavras e, principalmente, em nós.
Música: Caetano Veloso e José Miguel Wisnik
Coreografia: Rodrigo Pederneiras
Música: Lenine
coreografia: Rodrigo Pederneiras