O começo do ano me marca pela expectativa doida da espera do carnaval. No entanto, de uns 10 anos para cá, também me traz desconforto. Pedro Bial e aqueles olhos em forma de robô que o digam... Não vou dizer que nunca assisti e nem me envolvi com um ou outro BBB. Sim, o 1º e provavelmente o 2º também, mas ai já deu. Antes, o que eu achava nem um pouco ameaçador, apenas chato, passou a me inquietar.
A “magnitude” midiática ainda comanda e invade a casa da população. Aceitar o programa global como entretenimento, para mim, não é algo digno.
A fuga da realidade a qual tanto pregam e justificam a audiência depositada no BBB é uma fuga da Terra. Entretenimento tem, sim, o papel de dar à população diversão, momentos leves e descontraídos, mas o BBB não é isso, o BBB é outra coisa.
Apesar do termo entretenimento ser totalmente subjetivo, e isso daria um outro post, peço aqui a licença para discorrer um pouco sobre ele no meu ponto de vista e o BBB.
Entretenimento não é alienar e nem reforçar preconceitos no povo. Entretenimento é o lazer em forma de perspectivas agradáveis que também possam trazer questionamentos, por que não?
Entretenimento não é fomentar o ódio por outro (s). Entretenimento é a diversão despreocupada, despida de competições infundadas. Entretenimento é rir, divertir-se, chorar sem manipulações, mas de forma espontânea.
Entretenimento como comunicação é formação de sentimentos, opiniões, crenças e atitudes (não necessariamente tudo de uma vez). Por isso, exige responsabilidade máxima.
Entretenimento como comunicação é formação de sentimentos, opiniões, crenças e atitudes (não necessariamente tudo de uma vez). Por isso, exige responsabilidade máxima.
O último BBB foi um vexame a nível mundial. Não o vi, mas com twitter e todas as outras redes sociais, não tinha como ficar alheia ao espetáculo. Pergunto-me: é isso que queremos novamente? Mobilizarmos-nos em torno de algo que antes não agregava nada e agora leva a população a regredir com questões que deveriam estar sendo combatidas como a homofobia, o racismo e o preconceito.
Você é responsável por aquilo que comunica, e não falo isso somente dos meios de comunicação, já que quem sustenta um programa desses é também quem o assiste e o propaga. Você pode não se influenciar e manter-se longe das agressões a dignidade de qualquer ser humano ali proferido, mas quem garante que seu vizinho não? Um parente seu? A população brasileira está preparada para isso?
Apesar de eu acreditar que a era BBB está chegando ao fim, em sua decrescente história, me surpreende como a “espiadinha” ainda é tão grande e se torna uma comoção nacional.
Vamos viver fora da casa.
